OLIVENZA Breve história de Olivença

As terras chãs de Olivença condicionaram o surgimento tardio de um núcleo de povoação. Contudo, o ser humano deixou por aqui restos neolíticos, romanos, visigodos e árabes.

Em 1230 D. Alfonso IX de Leão conquista Badajoz. Os árabes recuam para o sul, consolidando os reis cristãos estas posições com a entrega de Alconchel à ordem templária. Daí, esta ordem alargaria os seus domínios, povoando as terras de Olivença, construindo igreja e castelo. Esta comenda só durou 28 anos, até 1278, porque Badajoz acusou os templários de terem povoado em suas terras, sendo revertidas para o seu concelho.

Aproveitando as guerras civis em Castela-Leão, após a morte de D. Sancho IV, o rei D. Dinis negociou (Alcañices, 1297) com a rainha regente, Dª. Mª de Molina, a entrega de terras fronteiriças a Portugal (entre elas Olivença) em troca de não apoiar os seus inimigos. O rei D. Dinis, ajudado pela Ordem de Avis, começou a sua primeira muralha em 1306. O seu filho, D. Afonso IV, levantou alcácer e torre de menagem em 1332. Em 1488 D. João II reforça dita torre. A partir daí Olivença será portuguesa, salvo pequenos interregnos por causas bélicas, até 1801. O seu posicionamento, em todo este tempo, foi de praça militar fronteiriça. As maiores realizações são do reinado de D. Manuel (S. XVI): Madalena, Casa de Misericórdia, Ponte de Ajuda. Na guerra de restauração foi tomada pelas tropas espanholas em 1657 e devolvida em 1668, pelo Tratado de Lisboa, que pôs fim a essa guerra.

Em 1801 Napoleão, aliado de Espanha, manda invadir Portugal, aliada da Inglaterra. Após breve campanha (e à revelia de Napoleão) é assinado o Tratado de Badajoz, de junho desse ano, mediante o qual são devolvidas as praças tomadas, salvo Olivença, estabelecendo a fronteira no Guadiana.

A Olivença espanhola constituiu-se em cabeça de uma importante comarca, sabendo conservar o seu extraordinário espólio monumental e cultural. Tornando-se assim num enclave onde se fundem as culturas portuguesa e espanhola. O seu património monumental foi declarado Conjunto de interés histórico-artístico em 1964. Desde 2019 faz parte da Associação Los Pueblos Más Bonitos de España.