A Irmandade criou-se a 20 de novembro de 1501, com fins de assistência social, segundo o impulso fundador da rainha Dona Leonor. Em 1520, o Rei ordenou a sua transferência para a Ermida do Espírito Santo, frente à porta de Los Ángeles. Em 1546 já estava construída a casa (desta data é o portal de mármore da sua capela), embora as obras continuassem ao longo do mesmo século, a igreja adquiriu a sua fisionomia atual só em 1723. De entre os seus fins fundacionais: hospital, recolha e tutela de expostos, assistência a presos e condenados, enterramentos e asilo, na atualidade mantem-se só este último, com boas instalações.
Acede-se à igreja por uma porta adintelada, colocada em 1546, de mármore, com colunas toscanas que suportam um entablamento liso e um frontão triangular com a heráldica nacional portuguesa; rematando-se com duas esferas armilares nos seus vértices inferiores e uma cruz no superior. Por cima do pórtico levanta-se um vão retangular, coroado com frontão triangular similar ao do portal. Culmina o frontal da igreja num campanário que alberga os sinos.
A capela, de uma única nave, é toda ela forrada no seu interior por azulejos barrocos de Manuel dos Santos, representando as obras da Misericórdia.
O interior do templo, de uma só nave e abóbada de canhão, apresenta o altar-mor separado do resto da nave por uma grade e três degraus. Aos seus pés ergue-se o coro, apoiado sobre uma arcada suportada por colunas de mármore com capitéis jónicos. Três retábulos, de estilo barroco e gosto lusitano completam a nave. O maior dos retábulos segue o estilo dos retábulos barrocos do período joanino, quer dizer, retábulo expositor, destacando a profundidade. Todo o conjunto interior corresponde a uma reforma do século XVIII. Completam a obra outros dois retábulos laterais, de estilo barroco, dedicados ao Pentecostes, policromado em 1777, e a Nossa Senhora da Misericórdia, sem policromia, perfeitamente integrados na azulejaria e colocados ao mesmo tempo.
Esta capela da Santa Casa de Misericórdia surpreende o visitante com a sua azulejaria historiada de 1723. Estes paneis de Manuel dos Santos percorrem toda a nave e o coro. De autor desconhecido são os do altar-mor. Todo o conjunto reproduz as Obras de Misericórdia relacionadas com os fins fundacionais da instituição. De entre estas, destaca-se o painel correspondente a “Vestir os Nús” pelo motivo anacrónico de aparecer Deus Pai entregando a Adão e Eva, para que se cubram, paletós do século XVIII.
Terça-feira a sábado: 10:00-13:30 e 17:00-19:00
Domingo: 10:00-13:30
Segunda-feira: fechada
Quarta e Sexta: 10:00-13:30 e 16:00-18:00
Quinta e Sábado: 16:00-18:00
Segunda-feira, Terça e Domingo: fechada
0034 924 490 370 / 0034 924 490 160